segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Registro marcante com a Erica

São Paulo, Brasil, América do Sul, Terra.

Caros,

Relatando os acontecimentos do dia 11/09/04...

Captando informações desse tempo distante, nesse passado longínquo...

Há exatamente 50 anos acontecia o seguinte num edifício de construção regular num bairro de uma cidade que já relatei acima:

Os tais humanos faziam uma reunião, para fazer um tal de teatro. Era mais ou menos assim: Eles fingiam ser o que não eram. E isso parece entreter e agradar a outros seres humanos que observam o que fazem os primeiros. Não são muitos que apreciam essa atividade, ao que parece, porém ela existe.
Então, nesse edifício onde me encontro eles fazem isso. O local é rodeado de outras pequenas moradias, bastante precárias, um estilo jamais conhecido pó nós. São parecidas e juntadas umas nas outras. São frágeis e frias por dentro. Enfim, lá no tal edifício faz-se o teatro. Eles falam muito, pretendem ser outras coisas ou pessoas. Num primeiro instante fazem algo mais estranho que o tal teatro. Parece chamar-se instalação.
Uma rosa no centro (sim, aquelas plantas com cabos picantes que existiam no passado) e lixo em volta. No centro, papéis com valor porem carimbados sem valor.
E trechos bizarros... Ainda que feia, é uma flor. Dizem que chama-se poema. Depois de observar esse momento eles falam sobre. E até saem partículas de água de alguns olhos.(É assim que eles chamam suas janelas frontais).
Depois fazem o tal de teatro, fingem montar uma cena de construção! Construção! Que palavra antiga, não? Tem reações diversas ao resultado: abrem as boca, parecem apreciar o que fazem.
Depois finalizam e partem.

Duas frases ditas devem ser registradas:

´´Mesmo com todas as dificuldades e adversidades do projeto e de fazer esse trabalho essa instalação ganhou meu dia, faz valer a pena.´´
´´Essa flor é o que fazemos aqui é frágil, é feia, mas é vivo. E o lixo em volta ou o dinheiro sem valor não pode interferir nisso. Meio brega, né?! Mas temos o direito de ser brega, eu acho. De se emocionar, de sentir que estamos vivos´´.

´´Quis construir algo que dissesse que uma flor, o que ela representa vale mais do que o dinheiro. Desde que vi as Bastianas, fiquei pensando naquelas pessoas que moravam lá e pegam comida do lixo. Queria que pegássemos os poemas do lixo também para tentar entender isso´´.

Não entendi o que quiseram dizer com essas falas, mas achei que seria importante registrar.

Por enquanto me retiro.

P S. Essa tinta com a qual faço o relato é algo que eles usavam nessa época para escrever. A única forma nossa que eles tinham eram aqueles velhos e obsoletos PC´s. Além dessas tais canetas.
Bizarros esses humanos.
Ass. TX3001-MAXPOWER20.000

P S. 2 Nesse mesmo dia de alguns anos anteriores, como pude ver, eles tiveram uma grande batalha: entre dois edifícios idênticos e duas máquinas voadoras. Mas o comando foi humano.

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