sexta-feira, 9 de março de 2007

Demasiadamente eu


É porque ainda nao sei ceder. É por que no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque eu ainda não sou eu mesmo, e então o castigo é amar um mundo que não é ele." (...)
Criar não é imaginar é correr o risco de ter a realidade.
Clarice Lispector


Sempre sou demais ou de menos, ou numa metade ou na outra, ainda não aprendi a caber dentro de mim, preciso do outro; que é metade demais como eu; então não nos cabemos. Mas não tem que se ter cabimento para crescer! Inventei o que não existe, mas inventei. Então existe! Inventar amores que te reinventam depois, e cair surpreso num destino que parece que não é seu.
Ser donos de histórias que não são suas.

Esse é o risco de viver ao meio, as duas metades numa só, só o beijo ser abstrato que consegue viver cinco sentidos num só e só o corpo tem o poder de unir as metades como peças concretas de um quebra cabeça.


Há homens que nascem póstumos. (F.Nietecheze)
Há historias que nascem póstumas aos homens que lhe fazem.

Dá-me mas vinho que a vida é nada.
(Fernando Pessoa)
A morte é monotonia, a vida é variedade.
(Machado de Assis)

O infinito tem o peso esmagador do nada.
O eterno do que nunca nasceu.
Ou foi o Homem que nunca nasceu para o eterno...
E Esse tentar traduzir na suas metades? racionalXpassional
As metades que se traduzem uma na outra.
Será? Vida.
E arte?
È conseqüência.

O que me resta?

O nada.
È por isso vou fazer ao meu modo eu vou fazer, um samba para o infinito...
Ou transformo o Tédio em Melodia...

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