sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Ecos ressoando no musculo vazio ou os dragões também tem asas




(...)Ando tão a flor da pele, que o meu desejo se confunde com a vontade de não ser...(Bicho solto, cão sem dono, menino bandido, as vezes me preservo noutras suicido...) Ando tão a flor da pele que a minha pele tem o fogo do juízo final(...)

(Ecos de Vapor barato no no músculo vazio...)


(...)Ando tão a flor da pele, que o meu desejo se confunde com a vontade de não ser...(Bicho solto, cão sem dono, menino bandido, as vezes me preservo noutras suicido...) Ando tão a flor da pele que a minha pele tem o fogo do juízo final(...)

(Ecos no músculo vazio de Vapor barato...)


Quero fugir do verso feito.
Do verso freio, freio de emoção.
Verso sentido e pensando no silêncio de uma idéia em hipótese.
Quero a idéia feita no ato, no grito, no beijo...
Emoção decifrada na carne, fugir do afago feito pela palavra, amor... repetida em eco no músculo vazio.
Quero o contato direto a pulsação, e artéria inchada sobre o sentimento sem sentido.
Quero um não-poema que celebre a seco o estado de agora...
Esse sentimento que transborda, que é a falta de sentir, por querer sentir o tempo todo...

Falado alto pelos poros da carne,
Esse amor que me falta tanto, por o invento fora de mim.
Um sonhador por trás da mascara de um cético e insensível...
Só sei sentir quando ivento meus sentimentos,
Ai eles me reinventa e se transformam em destino
O destino que eu quis...

Vou Sentir esse meu amor santo! Mesmo na puta.
Projetor minha beatriz, na meretriz...
O infinito dos finais de histórias
já foram trocados de pra sempre pelo nunca mais...

Destilo o vinho daquele sonho imaturo que me embriagada pra criar o veneno do frustrado...
Como um cobra morde o próprio rabo sobrevivo, me alimento e me enveneno.
De tudo que há no cálice de mim.

De pequenas mortes em mim faço uma vida inteira

(O pulo tem a mesma altura do tombo... por isso preciso aprender a ter asas)

Aprendi a pouco tempo, que pra escrever é preciso cuidado, os dragões também tem asas.
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´´Quanto a escrever mais vale um cachorro vivo.´´ Clarice Lispector
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(...)Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Fernado Pessoa

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Vende-se um grito (pré adaptação)

Vende-se um grito! Vende-se um grito usado, vende-se gritos semi novos e sobretudo procura-se gritos novos pra curar aqueles que já tem calos na língua de tanto calar. Vende gritos que digam mais do que falem, é até melhor se evitar as palavras, o interessante mesmo é se gritar idéias.

Vende-se um grito! usado em outras épocas, ousado em certas coisas e vencido pelas circunstâncias. Vende-se um grito de aviso um encontro marcado com o pecado, um grito gritado pra dar juízo! ( vende –se um grito ajustado, um grito pacato). Um grito patético, dramático, político e poético! Não está parado ar com um símbolo empoeirado dos antigos, mas teima em se coçar na garganta dos incomodados! (Vende-se um grito um grito maldito de se dizer, difícil de se explicar e esquisito de se ver.) Pode ser suave e quietinho metido direitinho onde quer que possa pra acordar quem quer que seja. Pode não ser um grito que se veja de onde vem ou pra onde vai. (São gritos agitados pra ferir os tímpanos dos surdos e abrir os cornos dos cegos escarrados de pranto e mudos de espanto.). Vende-se gritos fantasmas e de ataques de asma, (de espanto e de susto!). Há muitas sutilezas nesses gritos de cama e mesa. Vende-se um grito canceroso, estupendo, duvidoso. Mas pode ser um grito charmoso, dadivoso, langoroso. Tudo depende do gosto. Ou de como se dá o grito! Ou do com o quê! Se dá o grito! Um grito que se dá! È barato!
Mas pode ser caro! Quando é querido e zelado por alguns que gritam que melhor que os outros. Vende-se um grito em convulsão! Um grito e a sua duração... conforme a fatura das prestações dos débitos e os limites do cartão de crédito. (Vende-se gritos, exprimidos, gritados por terceiros e escarrados nos travesseiros.) Há gritos pra lembrar e pra esquecer! Gritos apregoados pra vender! Por que um grito pode sim ser comprado!: Vende-se um grito suado pelo trabalho, lesado pelo salários e aposentado pelo INSS como raquítico. Vende-se um grito cansado que vai mudar pro mesmo lugar! Vende-se um grito no escuro, perplexo com medo do futuro. Por que já que ele parece uma droga, e a juventude é ansiosa e sedenta, ela prefere tomar sua parte direto na veia, do agora, e a única divisão e distribuição que realmente é feita é a das seringas.
Vende-se um grito que salva, que pega, que larga. Vende-se um grito do que atira e do baleado e dos filhos dos dois as tontas pelo mundo.
Vende-se gritos de alívio, gritos iluminados que exprimem pensamentos e vendes-se gritos de lamento. Há gritos que são assim pra despertar da dor os despertador dos que teimam em dormir.
Vende-se gritos dados ao nascer! O grito desses bebês minúsculos já é de espanto!!! Mesmo que ainda não saibam nada. (Pode-se impor uma vontade no grito, podemos ser vencidos no berro. Há questões de vaidade, até nos gritos de felicidade!
Há gritos! Que poderão nem ser gritos! No sentido em que serão sentidos, serão mais um guincho irado!!! Vende-se mil gritos danados... São gritos o que vendemos. Insatisfação garantida ou seu dinheiro de volta. São gritos o que vendemos insatisfação garantida ou seu dinheiro de volta.
1- Nome e Sobrenome?
Ulisses.

2- Você é bobo ou esperto?
Preferiria ser considerado bobo, O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir tocar no mundo. È só o bobo é capaz de excesso de amor. Olho ao redor veja o que temos feito de nos e considerado a vitória nossa de cada dia. Não temos amado acima de todas as coisas. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de lembras a tempo dos falsos deuses. Temos organizados associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos aceito o que não se entende por que não nos queremos passar por bobos. Temos chamado de fraqueza nossa candura. Mas eu escapei disso, eu não digo que eu tenha muito mais acho que tenho uma procura intensa, eu acho que um bobo esta mais próximo da pobre vitória humana assim.Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida
3- Você tem medo da morte?
Antes de morrer de morrer se vive. Só uma flor de plástico não morre. È uma naturalidade morrer, transmutar-se, transformar-se. Temos deixado nossa morte em segredo para que nossa vida se torne possível. Não acredito em pra sempre, nem em nunca mais, a eternidade só existe enquanto lhe cabe vida. Nunca se inventou nada além da morte. Como nunca se inventou um modo diferente de amor de corpo, e estranho e cego e no entanto uma pessoa, sem saber da outra, reinventa a copia. Morrer deve ser um gozo natural, depois que se morre não se vai ao paraíso. Morrer é que é o paraíso.

4- Conte uma boa lembrança de um grande amor?
Um dia eu convidei Lóri para ir na piscina comigo, ela tímida escondia o corpo, como escondia sua própria alma de mim. Tirou o roupão com relutância. E se deitou-se ao meu lado, e começou a observar-se demoradamente, não só a mim mas a todas pessoas do clube. Quebrei o silencio e Perguntei: Por que vc observa tanto as pessoas. Ela respondeu que gostava de ver as pessoas sendo. E disse pra si mesma baixo, como se fizesse um grande descoberta sobre si.
Eu estou sendo...
Eu entusiasmado percebi a aprendizagem avançando, e pedi que ela repetisse.
Ela disse que não importava.
Mas eu lhe disse que importava sim, e queria confirmar o que tinha escutado. Ela respondeu: Eu disse que estou sendo Ulisses.
Ficamos calados como se nos visemos pela primeira vez.
Eu respondi que também estava sendo.
A uma coisa bonita como Lori, não se podia só se ter, uma coisa bonita, se dá ou se recebe, sobretudo deve se ser essa coisa.
Depois ela disse: Um dia sera o mundo com sua impersonalidade soberba versus a minha extrema individualidade de pessoa mas seremos um só.
Ficamos em silencio falando nossa alma um pro outro.
Depois como se ela fosse por um momento mais forte do que ela. Se despediu depressa e foi embora.

5- Gastar a vida é usa-la ou não usa-la?
Usa-la. Viver ultrapassa qualquer entendimento. Ser é um sentimento tão infinito, que não a perigo de gasta-lo com medo de perde-lo,por que ser é infinito, de um infinito de ondas do mar.

6- O que você mais gosta de fazer quando está sozinho?
Faço poesia. Não porque seja poeta mas para exercitar a alma, é o exercício mas profundo do homem. Em geral sai incongruente, e é raro que tenha um tema: é mais uma pesquisa de um modo de pensar. Não é um pensamento é mais um pensamento-sentimento, a gente aprendendo a ser. Nós o que escrevemos, temos na palavra, escrita ou falada, um grande mistério. Que não quero desvendar, raciocinar se restringe dentro da pele, e meus pensamentos me batem na testa. Tenho que não indagar o mistério pra não trair o milgare. È um ato gratuito que salva.

6- Diante do “outro” você sente o quê?
O mundo.
Um raio de Sol suspende a lua...

Pra onde que vai a noite quando o dia chega?
Não sei.
Acho que Pra onde que tava o dia?
E pra onde que vai o dia?
O céu é assim que nem essa cidade, quando anoitece cada raio de Sol, põe sua roupa de estrela, e cada qual vai pro seu canto, em cada canto com seu brilho, pensando só nas suas próprias pontas. E se todos vão pro seu canto quem que vem trazer a lua pra iluminar a noite? Todo dia eu espero que pelo menos um raio de sol, venha trazer a lua, e sempre vem, um ultimo raio de sol sempre fica... sozinho, e é sempre aquele que a gente quase não vê, vem, e suspende a lua. sozinho.
Nossa e ele não cansa de puxar a lua tão grande?
Cansa, tem dia que ele ta tão cansado que só consegue puxar a metade, aí ela fica no Céu, que uma melancia partida.
E se um dia ele não vem?
Aí a noite fica mais escura, só com o brilho, das estrelas, e sozinhas elas brilham muito pouco.


Olha a moça na janela – Tem cara de Panela
Olha o menino no terraço tem cara – de palhaço.
Olha a mulher no portão- tem cara bujão.

Olha o menino na sargeta- Tem cara de careta.
E a careta do que é? Careta de fome.
E a careta do que é? Careta de fome.

Olha a menina do cordão – tem cara de ... interrogação.

Olha o homem na máquina- Já não tem mais cara, só braços.
O povo dessa cidade já não tem mais cara.

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Olha o palhaço no meio da rua...

O Sino da igreja já bateu seis horas – coitado do Palhaço que já vai se embora.
Olha a sirene da policia! - coitado do Palhaço que já vai se embora.
(foge).
(Um hospício na época da ditadura militar)
(dois irmão sianeses)

Brazuca -Deus e um cara gozador adora, brincadeira, pois pra me Joga no mundo tinha o mundo inteiro mais achou muito engraçado me bota cabreiro na barriga da miséria nasci brasileiro.
Capitão- Marcha soldado cabeça de papel
Brazuca- Não vou marchar direito pau no cú do coronel
Capitão- Devemos amar nosso país.
Brazuca- Ou armar nossa nação
Capitão- Minha terra tem palmeiras onde canta o tico-tico
Brazuca- Enquanto o sabiá,vive comendo meu fubá.
Capitão- Exultai nossos queridos governantes, sentados em suas confortáveis cadeira administrando com ardor, o nosso querido Brasil.
Brazuca- De tanto ficarem sentados acabam pensando com as nádegas, não sabem governar a própria cozinha e podem governar o mundo inteiro.
Capitão- Idolatrai as curva da mulher brasileira! Viva a garota de Ipanema!
Brazuca- Nem toda brasileira é bunda.
Capitão- Todos filhos da pátria,
Brazuca- São grandes filhos da puta!
A mãe é tão gentil que dá pra todo mundo.
Dá para os japoneses
Dá para os ingleses
Dá para os norte-americanos...
Só não dá para os próprios brasileiros
É uma puta metida, não dá para pobre.
É terminantemente proibido o Incesto Capital!
Capitão- O Brasil é penta campeão!
Brazuca- Na Miséria, Violência, Corrupção!
Capitão- Morrer! Morrer como herói de guerra defendendo nossa nação!
Brazuca- O que é realmente lutar pela sua nação? A guerra é a disputa entre honras-pátrias pelo o poder. Mas para que o poder e para quem?
Poder para o grande governo e morte honrosa para os patriotas.
Um voto pode fazer a grande diferença para a “democracia da nação”
Mas uma vida não faz diferença alguma, para aumentar seu poder!
Capitão- Diretas já! Vote consciente!
Brazuca- A democracia não é o direito de escolher entre opiniões
Mas de poder ter a sua própria e exerce-la.
Não nos achamos capazes de construir uma pátria digna
Mas achamos que um homem é
Não devemos ter o povo no governo
Mas sim, governo no povo.
Vivo em uma em que não sei se estou louco ou é o mundo que esta doente.

Aceito a guerra, o desemprego a miséria da desigualdade social porque sozinho não posso botar fogo em Brasília.
Capitão- Pátria amada! Idolatrada! (cantado)
Brazuca- Salve! Salve-se quem puder. (cantado)
Sou sonhador por trás da mascara de um cético... (quanto mais me escondo por tras da mascara de um forte mais me mostro impotente e humano)...Um fingidor, que fingi tão bem o amor que deveras sente... Quando fui tentar tirar a mascara de uma paixão, ela ja estava pegada a cara ao peito a alma...Mas se a gente aperta uma rosa com muita força a gente acaba esmagando ela...Meu moralismo vinha do meu querer entender... o mundo que eu ja vivia... Que eu ja sentia... Que eu ja era... Que eu ja amava...Por isso eu procurava coisas... Um sistema... Um amor... (que eu ja vivia...)Vivia num mundo puramente preparado, rotulado...Mas o mundo real puramente vivo... Quebrou meu moralismo...por que o mundo real tem a força de um inferno e a intesidade um de um Éden... Sou ser Imoral...E minha imoralidade vem do meu viver...Do meu querer experimentar... De Eu ser...Queria que minhas mascaras caissem e eu me mostrasse nu, a nudez é a soma de todas a mascaras em harmonia. (por que até o vazio é preenchido pelo nada...)Não sou mais um sonhador e só carrego uma pedra no meu peito...MENTIRA!!!Sou um sonhador e minha vida real é tão reduzida, que momentos como os que vivi, são de tal modos preciosos para mim... Que relembrarei deles e esperarei...PASSIONALXRACIONAL RACIPASSIONALA dualidade que causa o equilibrio...Mas O destino é feito de escolhas...E eu escolhi me desarticular, me desiquilibrar...Amar, sonhar, dizer sim, dizer não, pensar antes de agir, agir antes de pensar...Tomar banho de chuva com alguem correndo ao meu lado...Tomar banho de chuva sozinho!!!Quero alguém que me ensine a não andar com os pés no chão!

Pra ser alguém só basta um diploma, não precisa ser alguém.
Pra amar é necessário ter alguém registrado em seu nome, não por necessidade um do outro.
Temos tido a sensata mesquinhez de classificar as pessoas em números, e etiquelas com um selo de adequação ao mundo, por exemplo numa empresa de 3001 funcionarios, só o que deu certo foi um: o patrão.
Escrevo para a silhueta da juventude em flor, queimada nesse meu delirío
Eu que nunca suguei o mel musical de nenhuma promessa de amor,
Cheiro o polén de amores que não se deram,
pela falta de sóis, quando o amor não se encontrava em primavera,
minha fraca raiz, não sustenta inverno, nem forte verão, meu peito só sabe ser outono em espera de flor, e espera...
e na espera elas desfolham, se fecham as crisálidas.
e no ar meu amor se vai, se finje aprendiz do vento: invisivel aos olhos, não se vê, só se sente, leve, forte, e invisivel.
Sente-se Bater no rosto, as vezes numa tristeza gélida que corta a pele,
as vezes uma brisa de nosltagia.
´´O poder da beleza transforma a honestidade em meretriz, as mulheres em prostitutas, mas depressa do que a força da honestidade faz a beleza se asselhar a ela. Antigamente isso era só uma paradoxo, mas no tempo atual se faz verdade. Eu te amei um dia.´´Hamlet para Ofélia.(Shakespeare).
´´Mas assim toda essa reflexão faz todos covardes, e assim a matiz da decisão.
Se transforma no doentio pálido do pensamento
E empreitadas de vigor e coragem, assim refletidas demais, saem de seu caminho.
Perdem o nome de ação´´
(Hamlet de Shakespeare)
O amor eterno pode parecer, de fato, uma justificativa de todas as infidelidades. Procurando o seu amor eterno, o homem não seria fiel a ninguém.

Um sujeito precisa de quinze encarnações para viver um momento de amor. Porque a mulher amada, nada a obriga a estar na cidade onde a gente mora, a cruzar o nosso caminho, a gostar da gente de igual forma. De forma que encontrar a mulher amada é um cínico e deslavado milagre.
Escrevo para a silhueta da juventude em flor de raiz curta, queimada nesse meu delirío
Eu que nunca suguei o mel musical de nenhuma promessa de amor,
Cheiro o polén de amores que não se deram,
pela falta de sóis, quando o amor não se encontrava em primavera,
minha fraca raiz, não sustenta inverno, nem forte verão, meu peito só sabe ser outono em espera de flor, e espera...
e na espera elas desfolham, se fecham as crisálidas.
e no ar meu amor se vai, se finje aprendiz do vento: invisivel aos olhos, não se vê, só se sente, leve, forte, e invisivel.
Sente-se Bater no rosto, as vezes numa tristeza gélida que corta a pele,
as vezes uma brisa de nosltagia e lembrancas.
A sua beleza
´´O poder da beleza transforma a honestidade em meretriz, as mulheres em prostitutas, mas depressa do que a força da honestidade faz a beleza se asselhar a ela. Antigamente isso era só uma paradoxo, mas no tempo atual se faz verdade. Eu te amei um dia.´´Hamlet para Ofélia.(Shakespeare).
As minhas acoes
´´Mas assim toda essa reflexão faz todos covardes, e assim a matiz da decisão.
Se transforma no doentio pálido do pensamento
E empreitadas de vigor e coragem, assim refletidas demais, saem de seu caminho.
Perdem o nome de ação´´
(Hamlet de Shakespeare)
Um sujeito precisa de quinze encarnações para viver um momento de amor. Porque a mulher amada, nada a obriga a estar na cidade onde a gente mora, a cruzar o nosso caminho, a gostar da gente de igual forma. De forma que encontrar a mulher amada é um cínico e deslavado milagre.
O amor eterno pode parecer, de fato, uma justificativa de todas as infidelidades. Procurando o seu amor eterno, o homem não seria fiel a ninguém
O que não se pode, não se deve, é exigir nestes termos: “Dê-seu coração, ou dê-me sua vida, ou dê-me sua liberdade.”Temos que esperar que a criatura amada faça isso por inteira e exclusiva conta própria.Espere que seu amor decida, Mas não force nunca.
Te amo e nada e questao de covardia ou falta de vontade, e a falta de decidir amar eternamente. de nos escolhermos. ai meu peito n'ao bate mais forte e n'ao consigo amar mais e acho que nem voce.
Voce e vento bom que vem e passa, e deixa a calma de um centro de furac'ao.
Eu não sei de nada
Eu sei. Tem ensino a saber não a sentir, não sinto nada já faz tempo.
Eu sinto o tempo todo, só não sei o que sinto e quando sei não compreendo.
As vezes sim. Eu te ensino.

Se estivesse no meio do deserto sentindo sede, a sede seria suportável!
Mas a falta de sede é insurpotável!

Ele havia por medo cortado a dor de si, só depois viera compreender que não podia se cortar a dor, senão se sofre o tempo todo. E ele havia cortado sem nem sequer ter outra coisa que em si susbtituísse a visão das coisa através da dor de existir, como antes. Sem dor ficara sem nada, perdido no seu próprio mundo e no alheio sem forma... pra contato.

Por seco e calmo ódio que era isso, num silencio sensível...

Silêncio...

Sensível, Mas se não se sente nada!
A urgência era imóvel, mas já tinha um tremor dentro.

Só se pode imitar o paraíso dentro do próprio peito Por esses dois extremos: o da morte e da dor, ou do amor e da vida.

Sem amor, só a loucura.
Rio que perde o chão é catarata...
(...)
Jorro em palavras de outros, em linhas minhas. Meu grito vale a pena dentro da sua boca...


O céu é azul, mesmo cinzento, ou branco, é feito de ar...(Caio Fernando Abreu)
Somos a discoria e o perdão, e nos esquecemos da cor que tinha o céu assim...(Teatro magico- Durma medo meu).


O desejo é o começo do corpo...
(Arnaldo Antunes).
Tranformar o tedio em melodia...
Ou fazer uma canção pro infinito...
O metade é o lugar da onde poder subir até o topo ou descer até o fundo...

Não quero só o raciocinio que se restringe dentro da minha pele, e pensamentos que me batem na testa. Tenho que viver os mistérios pra não trair os milagres.
(C.L?)

A duas formas de se ver a vida, uma é não acreditar em milagres, e a outra acreditar que todas as coisas são milagres.
Albert Einsten

Cada vez que o reino humano me parece condenado ao peso, digo para mim mesmo que á maneira de Perseu,eu devia voar para outro espaço.Não se trata absolutamente de fuga para sonho ou irracional. Quero dizer que preciso mudar de ponto de observação, que preciso considerar o mundo sob uma outra ótica,outra lógica, outros meio de conhecimento e controle.Italo Calvino
Relogio Humano

Ao redor da vida do homem existem gaiolas com um pequeno passáro dentro, as vezes vão nos pulsos como correntes, as vezes em paredes como janelas sem horizontes, com canto animal que palpita em ritmo passivo, de um canto igual e monótono de continuidade, uma pequena caixa que aprisiona o tempo. Um tempo sem destino e sem historia. E quando essa gaiola quebra, não tem força nas grades pra segurar o tempo em si.Que foge no seu ritmo natural... E no silencio do parar dessa maquinaria de vida condensada se escuta outro canto...
Um canto que palpita ritmicamente, de um pássaro que pulsa, mecanicamente acompanhando o canto do outro, como este parara, canta só, como o uirapuru, que canta e todos os outro animais o acompanham na melodia do silêncio. Ao redor desse pássaro fica o homem. E desse pássaro pulsa um canto de sentimentos, de vida e de movimento, que se mecanizava pelo canto do outro pássaro que lhe guiava como maestro, mas sem maestro esse bombeia seu canto, num ritmo aleatório e agitado, em canto de ciranda, um canto de liberdade, protesto, vontade, desejo, paixão, amor. Num canto imoral de vivencia e experimentação, num canto silencioso em que não se entende uma nota, ou palavra, so sente, a vibração de idependencia que pulsa por si só... dependente da maquina humana... de engrenagem de corpo... e de sistema de alma....

(Brinacdeira com João de Melo neto)


Arnaldo Antunes

As maquinas de não fazer nada não estão quebradas...
As maquinas de não fazer nada não estão quebradas...
As maquinas de não fazer nada não estão quebradas...

Um homem com uma dor se acha mais elegante, caminha de lado com se chegando atrasado andasse mais adiante.

OS AUTOMOVEIS AINDA ARDEM EM CHAMAS
NOSSOS SENTIMENTOS ESTÂO ENLATADOS EM TIGELAS DE MORAISE NOSSAS NOTICIAS SÂO DE CIRCO ROMANOS
AS CRIANÇAS JÁ NÂO SONHAM POR SI SÓ
SEUS SONHOS E BRINCADEIRAS JÀ VEM ETIQUETADOS.
O AMOR JÁ VIROU UM SISTEMA
O CORAÇÂO UM PRODUTO
O FUTURO NÂO È MAIS COMO ERA ANTIGAMENTE
E O DIA E A NOITE VIRAMAM REFENS
E OS ASTROS TESTEMUNHAS DE CRIME
A NOITE JÁ NÂO TRAZ DESCANSO, MAS CUIDADO.
E O CAOS BRILHA NOS RAIOS DE SOL, QUE BATEM EM JANELAS FECHADAS, QUE TRAZEM ESCURIDÃO SEM SER NOITE E REFLETEM EM MUROS PICHADOS DE UMA ORGANIZAÇÃO DESORGANIZADORA.
A FUMAÇA SOBE COM O CALOR DE DESPEDIDAS FRIAS
E O MEDO JÁ CONSEGUE VIRAR A CATRACA
E PARAR OS PNEUS
E CORRER POR ROSTOS
DEMAGOGIA EXPLICITA PROTESTO INTERNO
REVOLUÇÃO COLETIVA
AMEMOS ASSIM E QUE CADA BEIJO NOSSO SEJA UMA TENTATIVA DE FUGA.

COMO SERMOS EXTREMISTAS!!!!!!!!!

INFELIZ DO PAÍS QUE PRECISA DE HEROIS!!!!
E COMO FAZER REVOLUÇÃO ESTETICA??!!!! PRA QUE??!!!!
E COMO FAZER REVOLUÇÃO SOCIAL?????
REVOLUÇÃO PESSOAL

Registro marcante com a Erica

São Paulo, Brasil, América do Sul, Terra.

Caros,

Relatando os acontecimentos do dia 11/09/04...

Captando informações desse tempo distante, nesse passado longínquo...

Há exatamente 50 anos acontecia o seguinte num edifício de construção regular num bairro de uma cidade que já relatei acima:

Os tais humanos faziam uma reunião, para fazer um tal de teatro. Era mais ou menos assim: Eles fingiam ser o que não eram. E isso parece entreter e agradar a outros seres humanos que observam o que fazem os primeiros. Não são muitos que apreciam essa atividade, ao que parece, porém ela existe.
Então, nesse edifício onde me encontro eles fazem isso. O local é rodeado de outras pequenas moradias, bastante precárias, um estilo jamais conhecido pó nós. São parecidas e juntadas umas nas outras. São frágeis e frias por dentro. Enfim, lá no tal edifício faz-se o teatro. Eles falam muito, pretendem ser outras coisas ou pessoas. Num primeiro instante fazem algo mais estranho que o tal teatro. Parece chamar-se instalação.
Uma rosa no centro (sim, aquelas plantas com cabos picantes que existiam no passado) e lixo em volta. No centro, papéis com valor porem carimbados sem valor.
E trechos bizarros... Ainda que feia, é uma flor. Dizem que chama-se poema. Depois de observar esse momento eles falam sobre. E até saem partículas de água de alguns olhos.(É assim que eles chamam suas janelas frontais).
Depois fazem o tal de teatro, fingem montar uma cena de construção! Construção! Que palavra antiga, não? Tem reações diversas ao resultado: abrem as boca, parecem apreciar o que fazem.
Depois finalizam e partem.

Duas frases ditas devem ser registradas:

´´Mesmo com todas as dificuldades e adversidades do projeto e de fazer esse trabalho essa instalação ganhou meu dia, faz valer a pena.´´
´´Essa flor é o que fazemos aqui é frágil, é feia, mas é vivo. E o lixo em volta ou o dinheiro sem valor não pode interferir nisso. Meio brega, né?! Mas temos o direito de ser brega, eu acho. De se emocionar, de sentir que estamos vivos´´.

´´Quis construir algo que dissesse que uma flor, o que ela representa vale mais do que o dinheiro. Desde que vi as Bastianas, fiquei pensando naquelas pessoas que moravam lá e pegam comida do lixo. Queria que pegássemos os poemas do lixo também para tentar entender isso´´.

Não entendi o que quiseram dizer com essas falas, mas achei que seria importante registrar.

Por enquanto me retiro.

P S. Essa tinta com a qual faço o relato é algo que eles usavam nessa época para escrever. A única forma nossa que eles tinham eram aqueles velhos e obsoletos PC´s. Além dessas tais canetas.
Bizarros esses humanos.
Ass. TX3001-MAXPOWER20.000

P S. 2 Nesse mesmo dia de alguns anos anteriores, como pude ver, eles tiveram uma grande batalha: entre dois edifícios idênticos e duas máquinas voadoras. Mas o comando foi humano.
Caio Fernando Abreu

Strawberry fields forever (The BEATLES)


"Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra? Cadê o romance, quedê a novela, quedê a peça teatral? Danem-se, demônios. Você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo? Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida. Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida". Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud. É esse tipo de criador que você quer ser? Então entregue-se e pague o preço do pato. Que, freqüentemente, é muito caro. Ou você quer fazer uma coisa bem-feitinha pra ser lançada com salgadinhos e uísque suspeito numa tarde amena na Cultura, com todo mundo conhecido fazendo a maior festa? Eu acho que não. Eu conheci/ conheço muita gente assim. E não dou um tostão por eles todos. A você eu amo. Raramente me engano".

(fragmento do texto Carta a Zézim de Caio Fernando Abreu)
As vezes parecia que era só improvisar e tudo então seria um livro aberto ate chegar o dia em que tentamos ter demais vendendo fácil o que não tinha preço.

Fazendo diamantes de pedaços de vidro.

Viver é foda! Morrer é difícil! Sem essa que somos mais que isso! Somos isso!
Tiver tem que ser uma necessidade.

Vamos fazer um filme!

Ando sem os pés no chão, porque ainda não tenho onde pisar.
Não aprendi a ser gente grande pra poder chorar sozinho.
Eu não sei ter tristeza egoísta.

Por que eu sou mais forte do que eu.
Porque eu sei ficar em pé sem cansar.

BOYS DON´T CRY!!!!!!!!

Por que qualquer grande pensamento que revolucione algo maior, bate na minha testa.
Qualquer lágrima, sempre não me passa da pálpebra.
Qualquer grito meu, se estagna na garganta.

Porque fica tudo empossado em mim.
Por que eu mesmo existindo já sou um grito! Que não é estagnado! Tão permanente que já virou banal.

Por que eu já explodi.

E o Essencial é invisível aos olhos cotidianos.

Por que eu sempre quis ser revolucionário inconseqüente.
E demagogo inconsciente.

Porque eu andava em nuvens sem cair.
Até o dia em que me disseram que elas não eram de algodão.
E elas sempre passavam e se esvaiam como se nunca tivessem existido e meu corpo caía...

Mas valente e infante sempre tive asas nos pés e voava...
Minhas asas nunca foram de cera, por mais que eu planasse perto de raios de sois elas não derreteram é de um material mais resistente, de material de sonho...
De idealismo, ceticidade, individualidade e cumplicidade...
Do material do sonho: A vida real : sou eu, sou meu, sou nós, sou todo mundo.
Minhas asas que me fazem subir, são as que me fazem pousar.

Pulava no escuro não importa que muro.
Cheirava a flor da calçada e observava as rosas de plástico.
Os livros na estante já não tem mais tanta importância, do muito que eu li do pouco que eu sei nada me resta,(Carla!! Te Amo! Carla!RSRSRS, um dos pedacinhos de mim), Esta mais nas entranhas e no coração que nos livros...
Na relação com o mundo minhas rimas são interiores.

Porque a vida é a minha maior fantasia!
E qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa!

Sou assim irreal como o vento, Amoral como uma criança e complicado como o nada. Como qualquer ser humano.
Sou ser Mutante de asas nos pés...
Eu não mudo por que só sei ser assim... Mutante.
Porque o contrario de nada é nada.
Porque meus dois lados são avessos.

Não seria listrado se não fosse do avesso...
Por que sempre só tentei... E fui breve...
Por que não acredito no pra sempre, nem no nunca mais...
Por que não sou tão eterno assim...
Por isso quero eternizar esses minutos breves que escrevo, e já me basta estes momentos, que me faz querer fazer uma canção pra viver mais...

Sem piequice!!!! CARPE DIEM...

E pra não dizer que não falei de flores...
Porque peço perdão pela setença que um anjo caído me fez perceber...
Eu piso em rosas...

Vou passar a cultiva-las e cativa- las , cativarem – me...
Por que é grande o jardim da vida...

Eu sou poeta e não aprendi a amar...
AMAR SE APRENDE AMANDO

Reconhecimento do amor

Amiga, como são desnorteantes
Os caminhos da amizade
Apareceste para ser o ombro suave
Onde se reclina a inquietação do forte
(ou que forte se pensava ingenuamente).
E deslizavas em ritmo gratuito de ciranda.

Como nos enganamos fugindo do amor!
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
Sua espada coruscante, seu formidável
Poder de penetrar o sangue e nele imprimir
Uma orquídea de fogo e lágrimas

Entretanto, ela chegou de manso e me envolveu
Em doçura e celestes amavios.
Não queimava não siderava; sorria.
Mal entendi tonto que fui, esse sorriso.
Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor que trazias para mim
E teus dedos confirmavam ao se juntarem aos meus,
Na infantil procura do outro
O outro que eu me supunha, o outro que te imaginava,
Quando – por esperteza do amor – SENTI QUE ERAMOS UM SÓ.

Agora amada minha para sempre,
Nem olhar temos de ver, nem ouvidos de captar
A melodia, a paisagem, a transparência da vida,
Perdidos estamos na concha ultramarina de amar.

O Amor é grande

Tudo cabe no breve. O meninoé pequeno e encerra o homem;o cérebro é estreito e cobiça opensamento; o olho não é maisque um ponto mais alcança léguas.

O mundo é grande e cabe nessa janela sobre o mar.
O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.

O sorriso é manifestação dos lábios quando os olhos encontram o que o coração procura.

A gente fica maduro, quando descobre que a vida é imperfeita.

Aí nos conformamos ou nunca nos conseguimos conformar...

Então tentamos ser super herois, ou tentamos ser, nos mesmos... errados, certos, imperfeitos...

A gente fica maduro, quando se mostra humano...

IMPOTENTES E CAPAZES...

E não temos vergonha de experimentar como crianças...

É uma fita do sol
Que se enrola na sua mão
E acaricia meu ombro

É o sopro do mar
E a praia que a aguarda
É o pássaro cantando
Sobre o ramo da figueira

A primeira tristeza do dia
É a porta que se fecha
O carro que se vai
O silêncio que se instala

Mas logo você retorna
E minha vida volta a seu curso
A última alegria do dia
É a lâmpada que se apaga


Que o amor nos aponte uma resposta
mesmo que ele não saiba
e que ninguém o tente complicar
pois é preciso simplicidade pra fazê-lo florescer
porque metade de mim sou eu
e a outra metade é o outro.


Meu coração esta aos pulos
quantas vezes minha esperança sera posta a prova...

Mais vou sacanear mais honesto e esperançoso vou ficar...

EU ME SABOTO!

Não tento chorar, pois sei que naum vou conseguir... (pode ate parecer força, mais é defesa...)

Eu tenho medo da paixão.

Vou me atirar da pedra mais alta talvez bater cabeça no fundo...
Mais naum vou colocar meu coração dentro de um casulo com medo do que pode lhe aguardar...

Naum vou cruzar a calçada quando aparecer uma flor!

POIS AMAR SE APRENDE AMANDO!

Ou vc me ama ou naum esta madura...
O amor é prilegio de maduros...
Maturidade não é moralismo, é ter consciencia do que somos e do que queremos e experimentar como crianças...

Viver qualquer pequeno momento, sem excluir ou exagerar nada que temos, mas com tudo que somos, e com tudo que o momento tem...

(cansei de ser piegas... Ta na hora de viver a poesia, cansei de ser poeta sem aprender a amar...(viu a pieguice. rsrs)

Sou dependente do mundo, mais idepedente de mim.

Ecos...

Sou um poeta.Um anarquista espiritual.Não sou patriota, sou amoral.(...)Sou e sempre fui apenas um palhaço(...)Não sou panfletario, escrevo o que considero vital(...)Creio na liberdade e nisso se resume minha politica.
(Charle Chaplin)

Secos E Molhados - Primavera Nos Dentes
QUEM TEM CONSCIÊNCIA PARA TER CORAGEM
QUEM TEM A FORÇA DE SABER QUE EXISTE
E NO CENTRO DA PRÓPRIA ENGRENAGEM
INVENTA A CONTRA-MOLA QUE RESISTE

QUEM NÃO VACILA MESMO DERROTADO
QUEM JÁ PERDIDO NUNCA DESESPERA
E ENVOLTO EM TEMPESTADE DECEPADO
ENTRE OS DENTES SEGURA A PRIMAVERA



Quantas mortes são necessarias pra saber que já se matou demais...

Quantos valores são necessarios derrubar, pra saber que temos um preço, perante uma sociedade técnica, em que somos parafusos dispensaveis...

Quantas hesitações, vamos nos perdoar, pra saber que vida é perecivel ao tempo, e a derrota...

Quantos sonhos ainda temos pra acordar, pra saber que o futuro não é mais como era antigamente...

Quantos pessoas ainda temos pra perder pra saber, que é impossivel ser feliz sozinho...

Quantos amores tentaremos decifrar , pra saber que o homem é um animal sentimentalmente irracional...

Quanta folhas ainda vamos gastar, escrevendo, versos mofados e secos, que são repetidos, pra saber que se existe uma lirica e uma arte decorativa...

Quanto ainda tem pra se suar, pra saber que o trabalho, sempre tem que ser mercado...

Quanto de vida ainda temos pra viver, pra perceber que tudo que se passa dentro e fora do ser humano é efemero...

To com tanto caco de sonho quebrado que eu me corto até hoje...

Pra quantos lugares vamos fugir, pra saber que nossa casa é na gente mesmo...
E que nunca se foge, por que todo esse mundo ai é nosso...

Desculpe. mas também se morre.
Clarice Lispector

Não se esquecer que é tempo de morangos... E que é morrendo que se nasce.

SERA QUE O MUNDO DE HOJE PODE SER REPRODUZIDO PELO TEATRO?
O MUNDO DE HOJE SO PODE SER REPRODUZIDO PELO TEATRO, SE MOSTRAR_SE POSSIVEL DE TRANSFORMAÇÃO.

BERTOLD BRECHT

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Pra Quem Ainda Vier a me Amar

Quero dizer que te amo só de amor. Sem idéias, palavras, pensamentos. Quero fazer que te amo só de amor. Com sentimentos, sentidos, emoções. Quero curtir que te amo só de amor. Olho no olho, cara a cara, corpo a corpo. Quero querer que te amo só de amor.São sombras as palavras no papel. Claro-escuros projetados pelo amor, dos delírios e dos mistérios do prazer. Apenas sombras as palavras no papel.Ser-não-ser refratados pelo amor no sexo e nos sonhos dos amantes.Fátuas sombras as palavras no papel.Meu amor te escrevo feito um poema de carne, sangue, nervos e sêmen.São versos que pulsam, gemem e fecundam. Meu poema se encanta feito o amor dos bichos livres às urgências dos cios e que jogam, brincam, cantam e dançam fazendo o amor como faço o poema.Quero a vida as claras superfícies onde terminam e começam meusamores. Eu te sinto na pele, e no coração. Quero do amor as tenras superfícies onde a vida é lírica porque telúrica, onde sou épico porque ébrio e lúbrico. Quero genitais todas as nossas superfícies.Não há limites para o prazer, meu grande amor, mas virá sempreantes, não depois da excitação.Meu grande amor, o infinito é um recomeço.Não há limites para se viver um grande amor. Mas só te amo porque me dás o gozo e não gozo mais porque eu te amo. Não há limites para o fim de um grande amor.Nossa nudez, juntos, não se completa nunca, mesmo quando se tornamquentes e congestionadas, úmidas e latejantes todas as mucosas. A nudez a dois não acontece nunca, porque nos vestimos um com o corpo do outro, para inventar deuses na solidão do nós. Por isso a nudez, no amor, não satisfaz nunca.Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos de completar. Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários.O amor é tanto, não quanto. Amar é enquanto, portanto. Ponto.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A Falta e a Prece...


"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."Clarice Lispector


Que a saudade não seja grande ao ponto de eu iventar você em mim, que seja sonho em carne viva... Saudade de cada segundo, saciado na sua presença, é paixão...



segunda-feira, 26 de novembro de 2007

http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=3276


Ali

ali só
ali se
se alice
ali se visse
quanto alice viu
e não disse
se ali
ali se dissesse
quanta palavra veio e não desce
ali bem ali
dentro da alice
só alice com alice
ali se parece

Paulo Leminsk

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Eu perco o chão e não acho as palavras, eu estou ao meio...


O silêncio é o começo do papo... (Arnaldo Antunes).

O grito mudo
Era ouvido pelos poros da carne
Não disse nada
Preenchia o vazio do silêncio
Com o corpo
As metades que se juntavam concretas como peças de um quebra cabeça
De almas desarticuladas
Sem passo, sem piso...
Uma muda metade...
E Uma metade muda: a procura de um passo certo...
O meios não justificam seus fins...
Seu vários fims.
Que iam se achando dentro de si...
E sumindo no caminho...
Perdendo e mudando os encaixes...
De almas desarticuladas...
Amas dê: Ar ti aladas
Amas A ti
Aos lados
Mas...
Ar...
Dê: Mais Ar...
A ti...
Dê: Mais Ar...
Aos lados
E as coisas ficavam ao meio...
Meia palavra...
Meio olhar...
Meio certo...
Meio errado...
Meio amigo...
Meio Amado...
Meio medo...
Meio culpa...
Meio andando...
Meio começado...
Meio acabado...
Meio nada...
Meio perdido...
Meio Achada...
Meio simples...
Meio complicado...
Meio esclarecido...
Meio silêncio...
Só No potencial... (o pulo que tem a mesma altura do tombo).
O mais fácil é a meia volta...
Ou a volta dos inteiros clara, como são, ou como sempre foram sem meias verdades...
É simples, e calmo, e o que diz não é boca que fala, são os ouvidos que se escutam.
Pedido (Arnaldo Antunes)
"...te dou amor enquanto eu te amar
prometo te deixar quando acabar..." Nem precisa ter que precisar...
Mais ou Menos
A gente pode morar
numa casa mais ou menos,
numa rua mais ou menos,
numa cidade mais ou menos
e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir
numa cama mais ou menos,
comer um feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos
e até ser obrigado a acreditar
mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir
que tudo está mais ou menos,
tudo bem!
Mas o que a gente não pode mesmo,
nunca, de jeito nenhum:
É amar mais ou menos,
é sonhar mais ou menos,
é ser amigo mais ou menos,
é namorar mais ou menos,
é ter fé mais ou menos,
é acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar
uma pessoa mais ou menos.
Chico Xavier

Ensaio de um sentimento....


De corpo e alma...

DESCULPE MAS TAMBÉM SE MORRE...

ETERNAS SÃO AS COISAS QUE NUNCA NASCERAM...
BELAS COMO FLORES DE PLASTICO...
QUANDO PERCEBEMOS A EFÊMERIDADE DAS COISAS A CHAMAMOS DE REAL.
A MORTE DAS COISAS ACONTECE NA SUA CONCEPÇÃO...
DO BOTÃO PRA FLOR...
DO MENINO PRO HOMEM...
MENINA PRA MULHER...
LAGARTA PRA BORBOLETA...
DO SONHO PRA REALIDADE?
DA REALIDADE PRA SONHO?
É RISCO DE DUAS VERDADES
O ROSTO COM O ESGAR MAIS ALTO DE PRAZER, GUARDA SEMELHANÇA COM A DOR.
QUE NOS RENASCE.
O ABRAÇO QUE É A PEQUENA MORTE.
O PULO QUE TEM A MESMA ALTURA DO TOMBO.


AMORES SÓ DE PRIMAVERAS: FLORES, BORBOLETAS...
Me fazem germinar. Por isso acho esse amor e amo.
Mas TENHO OUTONOS DENTRO DE MIM.
POR MAIS QUE SO TE VEJA, JÁ EM FLOR.

OS FANTASMAS DO QUE NÃO FOMOS
SÃO MAS NÓS, QUE O HOJE NOSTALGICO.

A resposta esta no...
silêncio.
O silencio é o começo do papo...
O desejo é o começo do corpo.... (Arnaldo Antunes)
O MEU PRAZER MAIS REFINADO NÃO SOU QUE VOU SENTI-LO.(Carlos Drummond de Andrade- O corpo)

Lamber o sonho em carne viva...
Distraidamente o vento passa pela carne e a arrepia...
distraidamente o vento sopra ao nosso favor...
distraidamente não peço, o que mas quero e o recebo...
E quando não quero, mais peço e não o tenho...
Por não estarmos distraídos...
È o acaso, que cria o caso...
È o caso que cria descaso...
A língua e a deusa de duas faces, produz a voz e transcende o desejo, até os poros da carne...
Ou lambe a carne, com o desejo mais transcendente, até os poros da alma...

Sentir é concreto ou abstrato...

Todo amante deve se sentir virgem junto pra amar, ineptos como adão e Eva, para o morder a fruta juntos e com prazer...
Se descubrirem novos em cada carinho inédito...
Num sentimento Virgem.
O amor não cabe em tempo e espaço algum a não ser na impemtoraneidade do outro.

(Mesmo depois sem vê-la sinto os pesamentos de lolita flutuando sobre os meus, Só poderíamos saciar aquele furor de posse mutua se cada um de nos assimilasse a última partícula da alma a do corpo do outro, perfeição que jamais poderá ser compreendida pelos insípidos jovens de hoje, com seus modos grosseiros e mentes padronizadas). Lolita Vladimir Nabokov


As pessoas apressadas na rua, se esbarram por que sentem a necessidade do toque, já que não tem mas olhar...
e há a confusão dos que se tocam tanto a procura de uma sensação profunda, que se esquecem do que queriam sentir e do que a sua alma pedia, e tornam o profundo supeficial.

Critica: O mundo sofre de uma ignorância afetiva, além de racional, disso não se fala sente-se:


Se só racionaliza-se um sentimento ele desgasta.
Se só racionaliza-se uma causa ela vira demagogia
Se só racinaliza-se um Deus ele morre.
Mas Sentir sem pensar é alienação...
Amor não se entende? Entende?

(O SILÊNCIO DE UM OLHAR NO OUTRO RESUME ISSO)


È só num lugar que esse meu grito vale mais, dentro da sua boca.
Que sem ser palavra ele fala.
È pra se entender a alma no corpo.

O concreto no abstrato.

Por não estarem distraídos...


Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos”
. Clarice Lispector .

A pequena morte



Eduardo Galeano


Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França, a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce.



"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.


O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.


"Vinicius de Moraes

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A saudade em gotas - Saudação a saudade


A saudade é gota de chuva caindo apressada, com vontade voltar a ser vento.
O desejo é a saudade do ultimo carinho, na espera de novo que o sacie.
A saudade cai em gotas quando as carnes se roçam fazendo todo corpo se lamber e se beijar.
A saudade é a saliva das línguas, pra lavar o sentimento da utopia transforma-lo em paixão.
A saudade é gota salgada que escapa pela íris
Pra tentar tirar o Mar de dentro da gente.

Uma pequena tempestade no olhar...


A chuva nunca para de cantar, a chuva nunca para de chover... (cordel do fogo encantad0)

A chuva ensina a chora, o chora ensina a parar de chover...(arnaldo Antunes)

domingo, 23 de setembro de 2007

Saudade a três...


Uma criança gritou, pra consolar a saudade: ´´A gente não vê quando o vento acaba...´´

O homem sentiu:´´O Prazer de quem tem saudade é saudade todo dia...

Ecos dos sons, de momentos de amor, guardados no núcleo macio, do centro do peito...

Batendo em compasso tão silencioso, que até parece que canta.


E a melodia quieta, é surrada pelos sentidos, a boca na falta deseperada de outra pra guardar essa canção, vomita palavras no ar, num acesso verbal, que ganha o nome de poesia.´´

Uma velhinha aconselhou: Peixe morre pela boca.
Homen morre pelo peito.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Quando você está perdido no meio de um processo, olhe pra dentro de você, olhe o que é teu, que você vai achar, não tem muito lugar pra pra procuar senão dentro do seu processo.

O mundo é em mim, por isso é meu.

sábado, 4 de agosto de 2007

O espetáculo não pode parar!


´´O espetáculo não pode parar! Quando a dor se aproxima fazendo eu perder a calma passo uma esponja de rima nos ferimentos da alma...´´
Cordel do fogo encantado
As vezes me sinto como uma folha de cordel! Pendurada num varal pelas minhas idéias, pra ficar com a cabeça mais perto do céu e com os pés fora do chão.
Secando minhas vaidades no vento e evelhecendo os desejos na minha folha.
Ficar me amarelando pelo tempo, como se me amanhecendo.
Namorando com o vento, que me envolveria num carinho, sopraria minha rima do papel, pra deixa-la viva no ar, ou atiçaria o fogo que me queima.
Deitar minha a rima no cordel, pra brincar de ser eterno.
Mas a vida, a maior das eternidades também gosta de brincar: de ser efêmera.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007


Trabalha 24h por dia,
Sem direitos trabalhistas
Exerce a função como máquina!
Não reclama ao sistema que é submetido.
Não folga o serviço.
Nem em temporada de baixa produção.
E em temporada alta, trabalha ainda mais!
Tudo depende dele
Se cansa e para,
Logo vem o resto todo a falência.
È um alienado!
È assim mesmo, não adianta pensar estratégias, filosofias ou teses pra transforma-lo, Só aceita revoluções que partam dele.
Revoluções pra ele: são trabalhos cotidianos. Efêmeras e Instáveis, daqueles que nem se pensa: E o segundo dia?!
Greves, constantes contra ele mesmo.... ( incertezas...incertezas)
Depois vem o idealismo! Pensa que vai mudar o mundo, nasce a utopia: mente que é eterno e até acredita; de tanto ignorância e pretensão heróica, acredita nos prórios falsetes e nas frases feitas, aí começa as panfletagens: sorrisos, olhares, beijos, mordidinhas, carinhos novos... TUM! Estoura a revolução! Ama!
Não pensa
È um passional!

Acho que vou trocar por uma batedeira que pelo menos tem um botão, de liga e desliga, e regulagem é feita, mais voluntariamente.
Nem aposentadoria reclama, imagina! Trabalha sem receber!

Prefere a demissão do peito e parar de trabalhar.

coração comum-isto(a)?!

segunda-feira, 30 de julho de 2007

...



´´Quando nada acontece...
Há um milagre que não estamos vendo.´´

Guimarães Rosa.

Dizer não tantas vezes, até formar uma canção...


´´Para vender cada vez mais, sou obrigado a cantar com a garaganta de um cantor de sucesso,

não com a minha, bailar com as pernas de outro bailarino, não com as que tenho, tenho que olhar o mundo com os olhos alheios, não com os meus.

Chorar as lágrimas que me jogaram no rosto, sorrir o srriso que me esculpiram na face: como pedra.´´


´´Eu peço: Cantemos com a nossa voz! bailemos como o nosso corpo! Falemos com a nossa palavra!´´


Pra resisistir não basta dizer não. Desejar é preciso. È preciso sonhar...


AUGUSTO BOAL
"Que tal começarmos a exercer o jamais proclamado direito de sonhar? Que tal delirarmos um pouquinho? Vamos fixar o olhar num ponto além da infâmia para adivinhar outro mundo possível! "
Eduardo Galeano

Cada volta tua há de apagar o que essa ausência tua me causou...


´´Não consigo dormir . Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas, tenho uma mulher atravessada em minha garganta.´´ Eduardo Galeano

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Vento bom que vem e passa... e me deixa a calma de um centro de furacão...


´´Aparição amorosa/ Doce fantasma, por que me visitas como em outros tempos nossos corpos se visitavam?/ Tua transparência roça-me a pele, convida a refazermos carícias impraticáveis./ Mas insistes, doçura. /Ouço-te a voz, mesma voz, mesmo timbre, mesmas leves sílabas/ Ouço teu nome, única parte de ti que não se dissolve e continua existindo, puro som. / Aperto... o quê? a massa de ar em que te converteste e beijo, beijo intensamente o nada./ És tão real assim tão ilusório?/ Já nem distingo mais se és sombra ou sombra sempre foste, e nossa história invenção de livro soletrado/ Terei um dia conhecido teu vero corpo/ O desejo perdura em ti que já não és./ Querida ausente, a perseguir-me, suave? /Tua visita ardente me consola./Tua visita ardente me desola./Tua visita apenas uma esamola...´´(Carlos Drummond de Andrade)

Amores serão sempre amáveis, Futuros amantes, quiçá Se amarão sem saber Com o amor que eu um dia Deixei pra você (Chico Buarque)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Serenata...



´´Eu já falei com os olhos que te quero e você não ouviu...


Eu já falei com as mão que eu te amo e você não sentiu...


Eu Já fui até a Lua! pra tentar de convencer... e acabei...


Conquistando a Lua, só não conquistei você...


Eu já fui até a Lua, pra tentar de convencer e acabei


Namorando a Lua, só não namorei você.´´


___________________________________

´´Serenata -Enamorado a la luna´´
___________________________________
Ya te lo dise con los ojos
Que te amo i no oiste...

Ya te lo dise con las manos
Que te quiero i no lo sentinte.

Ya me fui hasta la luna!
Para que te convenceiras
E termine...

Conquistando a la luna

Solo a ti no conquiste.


Ya me fui hasta la luna!

Para que te convencieiras...
E termine.

Conquistando a la luna.

Solo a ti no conquiste...

Vestir...


A virtude é uma roupa muito larga pra alma,

E em nós, que somos jovens ela ainda fica grande demais.

Aperta e afrouxa...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Flores para a Ofélia...


Escrevo para a silhueta da juventude em flor, queimada nesse meu delirío. Eu que nunca suguei o mel musical de nenhuma promessa de amor, Cheiro o polén de amores que não se deram, pela falta de sóis, quando o amor não se encontrava em primavera. Minha fraca raiz, não sustenta inverno, nem forte verão, meu peito só sabe ser outono em espera de flor, e espera...

e na espera elas desfolham, se fecham as crisálidas. E no ar meu amor se vai, se finje aprendiz do vento: invisivel aos olhos, não se vê, só se sente, leve, forte, e invisível. Sente-se Bater no rosto, as vezes numa tristeza gélida que corta a pele, as vezes uma brisa de nosltagia.






´´O poder da beleza transforma a honestidade em meretriz, as mulheres em prostitutas, mas depressa do que a força da honestidade faz a beleza se assemelhar a ela. Antigamente isso era só uma paradoxo, mas no tempo atual se faz verdade. Eu te amei um dia.´´Hamlet para Ofélia.(Shakespeare).







´´Mas assim toda essa reflexão faz todos covardes, e assim a matiz da decisão.
Se transforma no doentio pálido do pensamento
E empreitadas de vigor e coragem, assim refletidas demais, saem de seu caminho.
Perdem o nome de ação´´ (Hamlet de Shakespeare)

A ventania




Assovia o vento dentro de mim. Estou despido. Dono de nada, dono de ninguém, nem mesmo dono de minhas certezas, sou minha cara contra o vento, a contravento, e sou o vento que bate em minha cara." (Eduardo Galeano).

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Pontua-se a paixão, pra se conjugar o verbo amar...

´´Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente.´´
Clarice Lispector

Se fosse um ponto final. Seria um ponto só. Pequeno e só.
Seriam iguais se fossem dois pontos: seria um igual: a espera de um resultado .cada um final e só. juntos traçariam caminhos, traçariam pequenas rotas, cada um a sua, virariam aspas´´ pequenas juntas e incertas, maiores que pontos sós, discordantes de si, ressaltadas e questionadas, sempre juntas mais sempre um pouco separadas.
Se iventassem um ponto a mais virariam retcencias... Viveriam um talvez, um de novo, um nunca mais, ou um pra sempre, ficariam entre etceteras como se tivessem duas pernas que lhe sustentam, criariassem uma terceira pra lhe dar segurança, esse outro ponto de segurança, uma promessa ou ilusão, se tornariam um tripé seguro e imóvel, só se perdem-se dessa ´´certeza´´, viveriam com o risco de cair e o prazer de correr... e resultar...
Se fosse um só ponto a procura cega, desgastante, ilusória, viraria uma linha, traçaria uma curva confusa sozinha a procura de um resultado incerto, e se transfomariam num ?, pressionando em cima de um pequeno ponto final. Se fossem os dois no caminho a procura traçariam, mais certos menos confusos, um caminho e virariam cada um uma linha um = a procura de um resultado maior, se cruzassem seus caminhos, se dessem as mãos na procura sem esgoismo de uma historia juntos, virariam um +, virariam um só, e iam sempre procurar mais, cada um apontando pro seu próprio caminho, mais unidos pelo centro.
Iriam se somando...

. sozinho, final.
: junto, igual
... talvez, tripé
: junto, igual novamente
. final sozinho

nada

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Polém

´´Sem você as emoções de hoje seriam carne morta das emoções do passado´´
(do filme Amelie Polain).



Como um viciado em néctar de flor, bebia...

Limpava á alcool, a magóa.


O peito em pleno outono caindo em folha seca e quebradiça.

Desfolhava a alma em mal-me-quer e nostalgia.


Regorgitava a frustração com a nostalgia,

e vomitava enjoado entre os joelhos: Mel e Alcóol,


Melancolia.


Sacodia a poeira do casaco,

como num gesto pra se agarrar a qualquer coisa de dignidade,

No meio do seu metódo de Exorcisão.


E espalhava poeira no ar...

Que desenha seus suspiros na frente da face suada...


Como quando a poeira sobe no baque de um animal que caí,

num último suspiro, e espalha um pouco de vida no vento: Caiu...


Como se esperasse uma nuvem pra pisar.

Caiu tonto...
levantando poeira.


Espalhava a casca seca de um amor não usado no ar...

Como pólem...

E para aqueles, que hão de vir amar um dia.

Um amor não usado e todo inteiro esperava no ar.


terça-feira, 3 de abril de 2007

Sinfonia de superficialidade


Eu apresento a página branca.


Contra:


Burocratas travestidos de poetas

Sem-graças travestidos de sérios

Anões travestidos de crianças

Complacentes travestidos de justos

Jingles travestidos de rock

Estórias travestidas de cinema

Chatos travestidos de coitados

Passivos travestidos de pacatos

Medo travestido de senso

Censores travestidos de sensores

Palavras travestidas de sentido

Palavras caladas travestidas de silêncio

Obscuros travestidos de complexos

Bois travestidos de touros

Fraquezas travestidas de virtudes

Bagaços travestidos de polpa

Bagos travestidos de cérebros

Celas travestidas de lares

Paisanas travestidos de drogados

Lobos travestidos de cordeiros

Pedantes travestidos de cultos

Egos travestidos de eros

Lerdos travestidos de zen

Burrice travestida de citações

água travestida de chuva

aquário travestido de tevê

água travestida de vinho

água solta apagando o afago do fogo

água mole sem pedra dura

água parada onde estagnam os impulsos

água que turva as lentes e enferruja as lâminas

água morna do bom gosto, do bom senso e das boas intenções

insípida, amorfa, inodora, incolorágua que o comerciante esperto coloca na garrafa para diluir o whisky

água onde não há seca

água onde não há sede

água em abundânciaágua em excesso

água em palavras.

Eu apresento a página branca.


A árvore sem sementes.


O vidro sem nada na frente.
Contra a água.
Arnaldo Antunes in Tudos

segunda-feira, 19 de março de 2007

Do bobo Plin...




A magia dos grandes artistas não pode ser ensinada; são segredos que se aprende com o coração. Essa magia se manifesta quando se resolve fazer a própria alma. (Plinio Marcos)

domingo, 18 de março de 2007

As funções: Nada do que é humano me apavora. Caio Fernando Abreu

"Não sei. Nada do que é humano me apavora. Não deve apavorar ninguém. Esta censura é uma coisa que eu nunca compreendi direito; porque certas coisas podem ser ditas e outras não. Outro dia, meu terapeuta falou uma coisa muito inteligente. Saiu uma crítica negativa sobre Os dragões não conhecem o paraíso na Folha de São Paulo. Cheguei arrasado na terapia, fiz aquele discurso de que serve escrever ficção neste País em que tem gente morrendo de fome. Aí, ele me falou assim: "mas os escritores, os ficcionistas e os poetas são os biógrafos da emoção. Se alguém, no ano de 2010, quiser saber o que as pessoas sentiam nos anos 80, ele não vai ler Veja, o Estado de São Paulo, o Jornal do Brasil; ele vai pegar a ficção, os poetas. Você tem que estar consciente de que a tua função social é fazer esta biografia do emocional". Aí a ficha caiu e eu comecei a me sentir útil de novo." (Retirada de uma entrevista em 1988).

quinta-feira, 15 de março de 2007

Rio que perde o chão é catarata...






Barco ao mar o chão é um vagar sem fim
Aportar sem que haja porto...
Eu sei que meu lugar nunca é aqui...
Então vou sem que saiba pra onde
Estou sempre longe
Preciso ainda seguir...

Leve-me com você
Por direção qualquer
Sem que não vai haver a rota exata...
Deixe correr em vão
Sem fundo esta paixão
Rio que perde o chão é catarata...

Sem lugar sou um estrangeiro em mim
Repousar sem que haja pouso
Essa cidade se desfaz...
Se refaz sem fim...
Mesmo assim não me encontro nela
Me escondo nela
Não sei mais de onde vim
Perambulo sem precisão
Transeunte comum
Não me acho namultidão
Sou igual qualquer um...

Leve me com você
Por direção qualquer
Sem que não vai haver a rota exata...

quarta-feira, 14 de março de 2007

Ouvir...

http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/museu/audio/praca_lingua.swf

Manifestando...



Texto extraído dos livro dos Abraços que trata a América Latina.
Os Ninguéns
Eduardo Galeano
As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura.
Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada.
Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida de cada dia,
fodidos e mal pagos:
Que não são, embora sejam.
Que não falam idiomas, falam dialetos.
Que não praticam religiões, praticam supertições.
Que não fazem arte, fazem artesanato.
Que não são seres humanos, são recursos humanos.
Que não têm cultura, têm folclore.
Que não têm cara, têm braços.
Que não têm nome, têm número.
Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.
Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata.
´´As veias abertas do Extremo Leste´´
Esse título vem de um Livro do Eduardo Galeano, grande poeta e escritor Uruguaiano, que fala da Memória viva da América Latina, tratando-a como memória viva humana.
Moro num bairro chamado Itaim paulista no extremo leste de São Paulo. A maioria da população que formou esse bairro e os vizinhos, como São Miguel Paulista, São migrantes de alguma região do nordeste, minha família mesmo é do Ceará, a do meu vizinho da Paraíba, do outro Maranhão e etc.
Vieram em busca de trabalho e melhor qualidade de vida, uma grande demanda de migrantes para trabalhar em industrias, nos Bairros de Tatuapé, Penha, Brás e etc. Meu pai mesmo veio em 1974 e trabalhou em uma fábrica no Tatuapé. Em busca de mão de obra barata e pouco especializada, para trabalhos mecânicos e com cunho de linha de produção, a indústria precisava de braços, não de cabeças, pra confecção de produtos, com o objetivo de criar um campo grande de consumo. Como o que se tem hoje.Uma comunidade e juventude consumista, superficial e explorada. Minha mãe e quase todas minhas tias, trabalharam em linhas de produção. Foi se criando no extremos desses bairros de Periferia, outros bairros conhecidos como extremo lestes (aqueles bairros que quase não se acha no mapa). Como Itaim Paulista, São Miguel Paulista, Ermelino Matarazzo. Onde a maioria, da classe operaria se instalou. Pensando nisso descobri como nosso bairro é colonizado.Pela grande sistema de ´´Tecnocratas´´, que dominam hoje a vida desses bairros. Não se vem de um lugar, não se identifica uma raiz cultural, por que a cultura foi esquecida e dispersada, o resgate dos valores é a novela das oito que traz. E a Cultura é trocada a cada nova tendência televisionada.

Agora minha prima, eu e a maioria de meus amigos trabalham em empresas de Telemarketing, como minhas tinham trabalhavam em linhas de produçao, mas agora não se necessita tanto de braços, mas de cabeças, manipulaveis pro consumo, para o fortalecimento do mercado e enfraquecimento da opção, da personalidade e do trabalho como contribuição de um individuo pra a sociedade, mas sim como ´´serviço´´- Servir.
Que cada adolescente que não teve base, quando não esta desempregado, consegue esse serviço que é a onda do Mercado, trabalhando com sistemas hipócritas e streessantes de pouco resultado profissional para crescer esse campo de uma industria individualista, competitiva e consumista.
Também, onde estudantes são apontados na cara pelos professores na faculdade, ou até qualquer curso técnico que dizem: Você não tem base! desculpa! por isso você não entende!(Valeu Sérgio!rsrs). As escolas ensinam que o que se deve ter, não se tem senão for do jeito que o Mercado de trabalho quer, e isso se reflete no País que não funciona em sistema de nação, mas de congresso. Ela prepara pra um mercado de trabalho, não pra um trabalho, ou uma escolha. As políticas públicas são instáveis, e de interesse partidário, e a cultura recebe a importância que o´´Brasil´´lhe dá: 2% de investimento, com abaixos assinados e manifestações a favor do seu aumento, enquanto deputados aumentam seus proprios salários, como a País não é nação, o público também é privado. Os espaços culturais não fomentam, cultura, criam cargos oportunistas. E de índole partidária não respeitando a livre expressão.

O resquício que se fica dessas aculturização, é uma música na boca do nosso vô, que a gente ouve desde pequeno mas não entende o que é; uma palavra ou expressão da nossa mãe: Ochi! que a gente repete sem saber de onde vem; quando muito uma historia velha do seu pai, de um brinquedo velho que ele mesmo fez.
Rafael Araújo Teixeira

Finalizo com três vozes que já me traduziram e como diz galeano, por mais fodido e lascado que se esteja, sempre haverá um conpatriota em algum lugar, mesmo que não seja nesse tempo, nem nesse lugar que se está... mas na celebração de nossas humanidades que é imtemopral.

Quero falar dessa gente que só come da banda podre. Dessa gente que berra da geral sem nunca influir no resultado. É disso que quero falar.
Plínio Marcos

A gente vai se acostumando...A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que gasta de
tanto se acostumar, e se perde de si mesma. (Clarice Lispector).


Enquanto a Loucura diz que tudo isso é normal, eu finjo ter paciência (Lenine).

A primeira provocação ele agüentou calado...





"...A primeira provocação ele agüentou calado.

Na verdade, gritou e esperneou.

Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas.

E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria.

Não reclamou porque não era disso.

Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz.

Foram lhe provocando por toda a vida. Não pode ir a escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.

Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme. Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos.

Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava. Estavam lhe provocando. Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça.

Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era.

Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.

Terra era o que não faltava. Passou anos ouvindo falar em reforma agrária.

Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.

Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida.

Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.

Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou.

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele: - Violência, não!...


Luiz Fernando Veríssimo.

AMPULHETA


Vulcão Dub (Bi Ribeiro - João Barone - Herbert Vianna)

A velha idéia me assalta
Porque descobri enfim
Os tais cenários de dor
Como nos livros que li
A sensação me toca
Toca Fundo em algum lugar
Aonde é tudo familiar
como cenários que nunca vi
Mas se você me quer eu te quero
Se não, não me desespero
Afinal eu respiro por meus próprios meios
Afinal eu vivo enquanto espero

segunda-feira, 12 de março de 2007

Retrato pra Iaiá...

Rr
´´Não consigo dormir . Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas, tenho uma mulher atravessada em minha garganta.´´ Eduardo Galeano

Perdi meu grito na boca daquela outra.
Esbarrei cego no escuro tateando, qualquer sinal de luz ou sombra,
Nos teu olhos entorpecidos.
Nossos rostos se roçavam como num abraço sem mãos.
De um carinho novo, de um sentimento Virgem.
E como coxas que se entrelaçam.
Um lábio encostou no meu,
E mastigado entre os dentes,
Achei meu grito dentro da sua boca.
Perecebi e lambi o sonho em carne viva e na saliva em que ele se lavava das incertezas...
Caí no Mar...
Por que perto dela eu não era nem menino demais,
Nem homem feito
era amor.

sexta-feira, 9 de março de 2007

NOSTALGIA EM FLOR


ANDO ATRASADO NUM TEMPO DE PASSOS DE FORMIGAS
MEU PASSO É MAIS LARGO QUE MINHAS PERNAS
POR ISSO MEU CHÃO É CÉU E MEU TEMPO É OUTRO.

TEMPO DE SEGUNDOS ETERNOS
E ETERNIDADES TEDIOSAS.

COMO NUM SAMBA DEUMA BATUCADA QUE SÓ CONHEÇO PELAS BATIDAS DO MEU PEITO DIGO:

-MEU MUNDO É HOJE...

E NOSTALGIA NADA MAIS É, DO QUE UM DESEJO PRESENTE, DESEJANDO UM SENTIMENTO ANTIGO, QUE DESEMBOCA NUM MOMENTO FUGAZ OU NUM FULGOR FUTURO...

AQUELA SAUDADIZINHA DAS COISAS QUE AINDA ESTÃO POR VIR...

A VIDA É ASSIM... TUDO NUMA COISA SÓ.

COMO O CORPO É NA ALMA E A ALMA É NO CORPO.

PASSADO É RAIZ.
PRESENTE É PLANTA.
E FUTURO É FLOR...

´´Entre aspas´´









Seria trágico se não fosse cômico...



Seria piegas se não fosse romântico...



Seria politico social se não fosse simplesmente humano...



Seria toque, se não fosse palavra...



Seria acaso, se não fosse ensaiado...



Seria errado se não fosse sem querer...



Seria eu se não fosse você...



Não seria tão complicado se não fosse simples...



Seria banal, se não fosse poesia...



Seria transmissão de pensamento, se não fosse plagio...



Seria atrapalhado, se não fosse atrapalhado...



Seria errado, se desse certo...



Não seria listrado se não fosse do avesso...



Não apareceria tanto se tentasse esconder...



Seria utopia se não fosse revolução...



Seria Demagogia, se não fosse ideologia...



Seria herói, se não fosse covarde...



Seria de novo, se já não tivesse sido...









O palhaço sempre vive entre ´´aspas´´, não sabe o que é, mas sabe que é, confirma mais a dúvida e traz mais interrogações, do que dá respostas. Se traduz numa língua que nem ele entende, e ao mesmo tem que se perde nas sua questionações e contradições é uma citação no meio da frase, que tem a humildade de se destacar, emprestar seu corpo, sua voz, sua sensibilidade, e se dar por inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana.

Eu amo os atores nas suas alucinates variações de humor, nas suas crises de euforia e depressão. Amo ator no seu desepero de sua insegurança, quando ele como viajante, sem bussula da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto ínfimo afinidades e distorções de caráter que seu personagem tem.

Plínio Marcos

Criar não é só imaginar é correr o risco de ter a realidade
Clarice lispector

Colocar você pra fora de si, sob alguma forma.